Pode-se criopreservar embriões de éguas como se faz com os de vacas?

Os embriões de bovinos são facilmente criopreservados por dois métodos, vitrificação ou congelação, sendo com blastocistos (embriões de 7 a 8 dias) que se obtêm os melhores resultados de fertilidade.

No entanto o blastocisto de equino é muito maior que o do bovino, contendo maiores quantidades de fluidos no seu interior, fluidos esses que durante o processo de congelação podem danificar as células embrionárias.

Adicionalmente o blastocisto do equino forma uma cápsula acelular que mantém a sua forma arredondada, facilitando a deslocação do embrião no útero, um processo que no equino é essencial para manter a gestação. Apesar de ter sido desenvolvido na Universidade de Texas A&M um método muito eficiente de vitrificar blastocistos de equinos após micromanipulação dos mesmos, na maioria dos programas comerciais criopreservam-se embriões de 6 a 6.5 dias (mórulas), antes da formação da cápsula, ultrapassando-se a necessidade de micromanipular embriões, operação complexa e que utiliza equipamento muito dispendioso.

Trabalhando com a Dra. Lisa Maclellan da Austrália, cientista de renome mundial em manipulação de embriões de equinos, estabelecemos protocolos de criopreservação no nosso laboratório. Durante o processo produzimos o que tanto quanto sabemos foi o primeiro equino a nascer no país após transferência de um embrião criopreservado. Coincidentemente, Josefina, a égua receptora do embrião, é o primeiro cavalo no mundo a ser obtido após transferência de um embrião produzido com sémen congelado do epidídimo.