APOIO AO ENSINO DA TERIOGENOLOGIA
MEDICINA VETERINÁRIA
O CRAV é um centro de ensino, pesquisa e serviço comunitário aberto ao público em geral, com foco na reprodução equina.
Centro de Reprodução Animal de Vairão
O Centro de Reprodução Animal de Vairão (CRAV) foi estabelecido para o apoio ao ensino de Teriogenologia (Reprodução Animal) dos alunos do Mestrado Integrado de Medicina Veterinária (MIMV) do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, e para prestar serviços à comunidade na área da reprodução assistida e do diagnóstico e tratamento de patologias reprodutivas dos animais domésticos.
O CRAV localiza-se no Campus Agrário de Vairão, a cerca de 30 km a norte do Porto, e tem área de pastagem, cercados com abrigos e boxes para cavalos, troncos para exame de equinos, sala de colheita de sémen com manequim, bem como um laboratório de reprodução equina completamente equipado. O actual corpo técnico permanente do CRAV é constituído por 2 médicos veterinários, um dos quais Especialista Europeu em Reprodução Animal da EBVS®. Ainda como componente do CRAV, está aprovado uma Equipa de Colheita e Produção de Embriões de Bovinos (PT0107TE PIV) que conta com o contributo permanente e exclusivo de um engenheiro com mais de 20 anos de experiência na produção in vitro de embriões de bovinos.
O CRAV é um centro de ensino, de investigação e de prestação de serviços à comunidade, aberto ao público em geral, com ênfase na reprodução de equinos.
O CRAV desenvolve Investigação, Desenvolvimento e Inovação (ID&I) em colaboração com a unidade de investigação científica Centro de Estudos de Ciência Animal (CECA) do Instituto de Ciências, Tecnologias e Agroambiente da Universidade do Porto (ICETA) e com o Laboratório Associado AL4AnimalS.
Case report: Long term follow-up of a large unilateral epididymalcyst in a stallion used for teaching: Is this condition associated with infertility?
Diversidade do Microbioma do Clitóris em Éguas Reprodutoras: Implicações em endometrites e na saúde reprodutiva da égua.
R. Cunha, S. Duarte-Coimbra, I. Amorim, T. Guimarães, J. Lopes, D. Marques, L. Pérez-Parda, A. Rocha, A. Beja-Pereira
Preputial lymphangioma in a stallion: First report.
José Eduardo Gomes, Ana Canadas-Sousa, Tiago Guimarães, Raquel Cunha, Patrícia Dias-Pereira. (2023)
Single layer density centrifugation improved semen quality in a stallion with hydrocele.
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Perguntas Frequentes
O que é e quando se justifica fazer colheita e transferência embrionária e quais os principais custos associados?
A transferência embrionária envolve a colheita do embrião da égua “dadora” 7 a 8 dias após ter sido inseminada ou coberta pelo garanhão, e a transferência do embrião para o útero de outra égua, a “receptora”, que se deve encontra em fase semelhante do ciclo éstrico.
A recolha e a transferência do embrião não envolvem procedimentos cirúrgicos. A recolha é feita por uma lavagem do útero da égua dadora, e o embrião é transferido para o útero da égua receptora através de um cateter, à semelhança do que se faz para a inseminação artificial.
Os principais motivos para fazer uma recolha e transferência de embriões são: obter mais de um poldro/época/égua; obter poldros de éguas que já não levam uma gestação a termo ou já não produzem poldros saudáveis; obter descendência sem ter de retirar a égua de competição.
O principal custo associado é a acquisição e manutenção de éguas receptoras de embriões. A criopreservação do embrião pode facilitar a componente de transferência do embrião, pois não é necessário ter éguas receptoras disponíveis na altura da colheita do embrião.
No CRAV o principal custo num programa de recolha e transferência embrionária é o valor da égua receptora do ICBAS. Para diminuir este custo existe a possibilidade do cliente fornecer uma égua receptora, que tem no entanto de cumprir com requisitos específicos.
Pode-se criopreservar embriões de éguas como se faz com os de vacas?
Os embriões de bovinos são facilmente criopreservados por dois métodos, vitrificação ou congelação, sendo com blastocistos (embriões de 7 a 8 dias) que se obtêm os melhores resultados de fertilidade.
No entanto o blastocisto de equino é muito maior que o do bovino, contendo maiores quantidades de fluidos no seu interior, fluidos esses que durante o processo de congelação podem danificar as células embrionárias.
Adicionalmente o blastocisto do equino forma uma cápsula acelular que mantém a sua forma arredondada, facilitando a deslocação do embrião no útero, um processo que no equino é essencial para manter a gestação. Apesar de ter sido desenvolvido na Universidade de Texas A&M um método muito eficiente de vitrificar blastocistos de equinos após micromanipulação dos mesmos, na maioria dos programas comerciais criopreservam-se embriões de 6 a 6.5 dias (mórulas), antes da formação da cápsula, ultrapassando-se a necessidade de micromanipular embriões, operação complexa e que utiliza equipamento muito dispendioso.
Trabalhando com a Dra. Lisa Maclellan da Austrália, cientista de renome mundial em manipulação de embriões de equinos, estabelecemos protocolos de criopreservação no nosso laboratório. Durante o processo produzimos o que tanto quanto sabemos foi o primeiro equino a nascer no país após transferência de um embrião criopreservado. Coincidentemente, Josefina, a égua receptora do embrião, é o primeiro cavalo no mundo a ser obtido após transferência de um embrião produzido com sémen congelado do epidídimo.
Há alguma vantagem em criopreservar embriões de cavalos?
São várias as vantagens da criopreservação de embriões de equino: pode-se preservar a genética de ambos os progenitores em vez de apenas do progenitor masculino como acontece com o sémen congelado; os embriões podem ser mantidos provavelmente indefinidamente e portanto ser utilizado quando for mais adequado; não há necessidade de ter éguas receptoras sincronizadas com a dadora quando se faz a recolha do embrião, e os embriões congelados são facilmente transportados para serem transferidos em éguas receptoras noutros locais geográficos.
É ainda uma técnica útil para conservar embriões de éguas jovens, ainda por testar, podendo os mesmos ser transferidos apenas se a égua dadora provar ser de interesse desportivo ou outro.
Para que serve a criopreservação dos espermatozóides da cauda do epidídimo e o que tenho de fazer?
Em situação de morte súbita ou castração de emergência do garanhão é possível recolher e congelar a última reserva de espermatozóides do animal que se encontra nos epidídimos. Neste caso, os testículos devem ser retirados e refrigerados imediatamente após a morte ou castração do animal e enviados refrigerados (e nunca congelados) para o laboratório.
Publicações Científicas
José Eduardo Gomes, Ana Canadas-Sousa, Tiago Guimarães, Raquel Cunha, Patrícia Dias-Pereira. 2023. Preputial lymphangioma in a stallion: First report
R. Cunha, S. Duarte-Coimbra, I. Amorim, T. Guimarães, J. Lopes, D. Marques, L. Pérez-Parda, A. Rocha, A. Beja-Pereira. Diversidade Do Microbioma do Clitóris em Éguas Reprodutoras: Implicações em Endometrites e na Saúde Reprodutiva da Égua.
Silva GF, Cunha R, Carvalho F, Ribeiro M, Rocha A, Amorim I and Guimarães T (2023) Case report: Long term follow-up of a large unilateral epididymal cyst in a stallion used for teaching: Is this condition associated with infertility? Front. Vet. Sci. 10:1145742.
doi: 10.3389/fvets.2023.1145742
Guimarães T, Oliveira C, Crespo J, Porto B, Cunha R, Rocha A. 2020. Congenital stricture of the vestibulo-vaginal fold in a mare with normal karyotype. Equine Veterinary Education.
Marcos R, Ribeiro Y, Santos M, Correia-Gomes C, Macedo S, Guimarães T, Blielbernicht M, Caniarri M, Rocha A. 2020. The advantages of using cytospind of uterine lavage fluid for the diagnosis of equine endometritis. Theriogenology
Pavani KC, Rocha A, Oliveira E, Moreira da Silva F, Sousa M. 2020. Novel ultrastructural findings in bovine oocyte matured in vitro. Theriogenology 143: 88-97.
Macedo S, Bliebernicht M, Carvalheira J, Costa A, Ribeiro F, Rocha A. 2018. Effects of two freezing methods and two cryopreservation media on post-thaw quality of stallion spermatozoa. Reprod Dom Anim 2018;00:1-6.
Pavani KC, Rocha A, Baron E, Lourenço J, Faheem M, Moreira da Silva F. 2017. The effect of kinetic heat shock on bovine oocyte maturation and subsequentgene expression in targeted genes. Zygote: pages 1-7
Lopes G, Soares L, Ferreira P, Rocha A. 2015. Tris-egg yolk-glycerol (TEY) extender developed for freezing dog semen is a good option to cryopreserve bovine epididymal sperm cells. Reprod. Domest. Anim. 50:97-103.
Guimarães T, Lopes G, Pinto M, Miranda C, Correia MJ, Damásio L, Thompson G, Rocha A. 2015. Colloid centrifugation of fresh stallion semen prior to cryopreservation decreased microorganism load of frozen-thawed semen without affecting seminal kinetics. Theriogenology 83:186-191.
Guimarães T, Miranda C, Pinto M, Silva E, Damásio L, Costa AL, Correia MJ, DuarteJC, Cosinha C, Lopes G, Thompson G, Rocha A. 2014. Effect of breeding activity on the microflora of the external genitalia and in the semen of stallions, and the relationship between micro-organisms on the skin and on the external genitalia. Reprod. Domest. Anim. 49:926-933.
Guimarães T, Graça L, Ferreira P, Leal I, Rocha A. 2012. Quality of frozen-thawed stallion epididymal spermatozoa cryopreserved after two refrigeration protocols. Animal Reproduction Sci. 136:85-89.
Rocha A, Guimarãe T, Duarte JC, Cosinha C, Lopes VTA, Faria F, Amorim I, Gartner F. 2012. Clinical, bacteriological and histopathological findings of a testicular fibrosis in a 6 – years old Lusitano stallion. Case Reports in Veterinary Medicine. Volume 2012. Article ID 989687, 5 pages.
Costa AL, Martins-Bessa A, Rebello de Andrade A, Guimarães T, Rebordão MR, Gamboa S, Bravo PP, Correia MJ, Gaivão I, Rocha A. 2012. Single Layer Centrifugation with Androcoll-E improves the quality of chilled stallion semen. Open J. Anim. Sci. 2:159-165.
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